Em 2024, o Itaú (ITUB4) se destacou como o maior distribuidor de dividendos do setor bancário na B3, com um total de R$ 21,9 bilhões em proventos. Esse montante representa quase 45% do total de R$ 48,9 bilhões que os quatro principais bancos privados do Brasil – Itaú, Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) – pagaram juntos em dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP).
Esse valor total de proventos aumentou 20% em comparação ao ano anterior, em que foram distribuídos R$ 40,6 bilhões. O valor de 2024 é o segundo maior registrado nos últimos 15 anos, apenas atrás do recorde histórico de R$ 58 bilhões em 2019, conforme apontam dados da Elos Ayta Consultoria.
É importante ressaltar que a alta nos dividendos foi impulsionada principalmente pelo Itaú. O Banco do Brasil e o Bradesco, por exemplo, apresentaram valores de proventos inferiores ou semelhantes aos do ano anterior, enquanto o Santander também não teve um crescimento significativo. O Banco do Brasil, que havia sido o maior pagador nos dois anos anteriores, distribuiu R$ 14,8 bilhões em 2024, num leve declínio em relação aos R$ 15,3 bilhões de 2023.
Com essa distribuição, o Itaú recupera a liderança na remuneração aos seus acionistas, uma posição que ocupou entre 2014 e 2020. Em 2024, o Itaú obteve um aumento expressivo de 104% em relação aos R$ 10,7 bilhões pagos em 2023.
Para contextualizar as distribuições de 2024:
– Itaú (ITUB4): R$ 21,903 bilhões, +104%
– Banco do Brasil (BBAS3): R$ 14,824 bilhões, -3%
– Bradesco (BBDC4): R$ 6,542 bilhões, -26%
– Santander (SANB11): R$ 5,619 bilhões, -0,6%
Os dados fornecidos pela Elos Ayta Consultoria refletem o montante efetivamente pago ao longo do ano, podendo incluir valores de exercícios diferentes, por isso não necessariamente refletem os lucros gerados no mesmo período.
Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, comentou que o crescimento da distribuição de proventos em 2024 demonstra a resiliência do setor financeiro brasileiro, especialmente após os impactos causados pela pandemia de covid-19. Este é o segundo ano consecutivo de alta na distribuição.
Entretanto, Rivero destacou que 2025 trará novos desafios para o setor, como a manutenção de juros elevados e questões macroeconômicas complexas. A expectativa do mercado está voltada para a capacidade das instituições financeiras em continuar apresentando robustez na rentabilidade e, por consequência, manter ou aumentar os proventos pagos no futuro.