A Rumo (RAIL3), uma das principais transportadoras do Brasil, apresentou resultados financeiros robustos em 2024, com lucro líquido ajustado de R$ 206 milhões no quarto trimestre (4T24) e um impressionante total de R$ 2,08 bilhões no ano, mais do que o dobro em relação ao ano anterior. O relatório divulgado no dia 20 de janeiro destaca, ainda, um EBITDA ajustado de R$ 7,7 bilhões, marcando um aumento de 37%, além de investimentos que somaram R$ 5,5 bilhões durante o mesmo período.
A empresa demonstrou um desempenho significativo no transporte de commodities agrícolas, com um total de 79,8 bilhões de TKUs (toneladas por quilômetro útil) transportadas. Essa métrica importante avalia o volume de carga levando em conta a distância percorrida.
Pedro Palma, CEO da Rumo, destacou no relatório os desafios enfrentados ao longo do ano, incluindo a quebra da safra de soja em Mato Grosso, a queda nas exportações de milho e os efeitos adversos de eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul sobre a infraestrutura logística da empresa.
Além disso, as estimativas para a safra brasileira de soja para 2024/2025 foram revisadas para cima, agora totalizando 171 milhões de toneladas, com exportações previstas de 107 milhões de toneladas, ambas com um crescimento de 8%. Isto se deve principalmente a melhorias nas condições climáticas e ao aumento da área plantada em Mato Grosso, que agora tem sua produção estimada em 49 milhões de toneladas, representando um aumento de 18%.
As previsões para a safra de milho também indicam otimização, com 131 milhões de toneladas de produção esperadas e 43 milhões de toneladas para exportação, símbolos de um crescimento de 2% e 7%, respectivamente. Contudo, a produção em Mato Grosso deve cair para 50 milhões de toneladas, uma retração de 5%, enquanto as exportações devem ficar em torno de 28 milhões de toneladas.
Em termos de participação de mercado, a Rumo aumentou sua atuação nas exportações de grãos pelo Porto de Santos para 77% no 4T24, um avanço significativo de 24 pontos percentuais. Mesmo com a redução nas exportações de milho, o sistema ferroviário manteve a estabilidade nos volumes transportados, refletindo em um market share consolidado de 59% para o ano, crescimento de 8 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
No Mato Grosso, o market share subiu 14 pontos percentuais no 4T24, totalizando 58% e cresceu cinco pontos percentuais ao longo de 2024, com 46% no total. Este desempenho positivo da Rumo se deve à antecipação na contratação de acordos de transporte e à maior confiabilidade do sistema ferroviário, reforçando sua posição como o principal corredor logístico do estado.