No quarto trimestre do ano passado (4T24), as Lojas Renner (LREN3) reportaram um lucro líquido de R$ 487,2 milhões, o que representa uma diminuição de 7,5% em comparação com o mesmo período de 2023. Segundo o relatório de resultados divulgado, o ebitda ajustado alcançou R$ 1,02 bilhão, mostrando um leve crescimento de 1,7% em relação ao ano anterior, com uma margem de 24,5%. Os gestores da varejista destacaram que a comparação de resultados deve considerar variáveis como o programa de participação nos lucros e a recuperação de créditos fiscais. No contexto correto para avaliar o desempenho, a Lojas Renner indicaria um aumento de 30% no lucro e 19% no ebitda.
No 4T24, a receita líquida da empresa atingiu R$ 4,17 bilhões, com uma alta de 9,7% em relação ao ano anterior, impulsionada pelo crescimento nas vendas em todas as suas unidades de negócio, ficando acima da média do mercado. O indicador de Same Store Sales (SSS) também apresentou uma expansão de 8,9%, indicando um aumento nas vendas em lojas já existentes.
Os executivos atribuíram o desempenho positivo às melhorias na capacidade de utilizar dados e inteligência artificial, o que lhes permitiu captar tendências e produzir coleções com mais agilidade. Durante este trimestre, especialmente em períodos sazonais como Black Friday e Natal, a marca se beneficiou de um posicionamento mais forte e melhorias na execução de moda, resultando em um crescimento no volume de peças vendidas.
As despesas operacionais, incluindo vendas, gerais e administrativas, somaram R$ 1,3 bilhão, um aumento de 6,9% em relação ao ano anterior, enquanto os investimentos em capital (capex) totalizaram R$ 283,3 milhões, representando uma redução de 13,5%. Em contrapartida, a Lojas Renner fez história ao registrar uma geração de fluxo de caixa livre recorde de R$ 613,1 milhões, um crescimento impressionante de 189,9% ano a ano, resultado da otimização na gestão do capital de giro e da diminuição dos investimentos no trimestre.
Adicionalmente, o conselho de administração das Lojas Renner anunciou um programa de recompra de ações, que permitirá a aquisição de até 75 milhões de ações ordinárias, correspondente a cerca de 7,13% do total em circulação, com um valor de mercado estimado em R$ 1 bilhão. A recompra visa maximizar os retornos aos acionistas, complementando os dividendos e juros sobre o capital, além de reduzir o número total de ações disponíveis, o que deverá aumentar o lucro e os proventos por ação. O programa terá validade de 18 meses, encerrando-se em 20 de agosto de 2026, com a recompra sendo realizada utilizando recursos próprios e a valores de mercado na B3.