Os quatro principais bancos privados do Brasil, Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander, alcançaram um lucro combinado de R$ 112,7 bilhões em 2024, refletindo um crescimento de 16,4% em comparação ao ano anterior, que teve R$ 96,8 bilhões, conforme análise da Elos Ayta Consultoria. Esse desempenho positivo é atribuído à melhora significativa na rentabilidade e na margem financeira com a base de clientes.
Einar Rivero, CEO da consultoria, destacou que a elevação nas taxas de juros tem sido um fator essencial para aumentar os lucros das instituições financeiras, dada sua contribuição para a margem financeira e a receita advinda de operações com crédito e títulos públicos.
Os grandes bancos continuaram a expandir suas carteiras de crédito, mesmo diante do aumento da Selic e do crescimento da inadimplência em setores como o agronegócio. Segundo Rivero, esses resultados demonstram que, mesmo enfrentando desafios econômicos gerais, os bancos permanecem como lideranças no mercado financeiro brasileiro, apoiados por uma diversificação de receitas e estratégias de crescimento sustentável.
No que diz respeito aos resultados individuais, o Itaú se destacou como o banco mais rentável da bolsa brasileira em 2024, atingindo um lucro recorde de R$ 41,4 bilhões, o maior já contabilizado por um banco privado no Brasil. O Banco do Brasil ocupou a segunda posição com um lucro de R$ 37,9 bilhões, embora tenha crescido apenas 6,6% no ano, abaixo da média do setor, e não projete uma grande mudança para 2025, esperando um lucro entre R$ 37 bilhões a R$ 41 bilhões.
Bradesco e Santander também mostraram resultados significativos em 2024, corroborando a recuperação que começaram a experimentar há alguns trimestres. Os lucros foram os seguintes:
– Itaú: R$ 41,4 bilhões, crescimento de 16,2%
– Banco do Brasil: R$ 37,9 bilhões, crescimento de 6,6%
– Bradesco: R$ 19,5 bilhões, crescimento de 19,9%
– Santander: R$ 13,8 bilhões, crescimento de 47,8%.
Quanto ao Retorno sobre Patrimônio (ROE), o Banco do Brasil foi o único dos grandes bancos a apresentar uma queda na rentabilidade, passando de 22,5% para 20,8% entre os últimos trimestres de 2023 e 2024. Em contraste, Bradesco, Itaú e Santander mostraram crescimento em suas taxas de ROE.
Os números do ROE no 4º trimestre de 2024 foram:
– Itaú: 22,1%, aumento de 0,9 pp
– Banco do Brasil: 20,8%, queda de 1,7 pp
– Santander: 17,6%, aumento de 5,3 pp
– Bradesco: 12,7%, aumento de 5,8 pp.
Sobre a inadimplência, o Bradesco apresentou uma diminuição significativa ao longo de 2024, mas ainda apresentou a maior taxa do setor no final do último trimestre:
– Bradesco: 4%, redução de 1,1 pp
– Banco do Brasil: 3,3%, aumento de 0,4 pp
– Santander: 3,2%, aumento de 0,1 pp
– Itaú: 2,4%, redução de 0,4 pp.
Além de ser o banco mais lucrativo, o Itaú destacou-se também pelo melhor ROE e pela menor taxa de inadimplência, consolidando sua posição como favorito entre analistas e reassumindo a liderança em dividendos no setor.