Um recente estudo da Elos Ayta Consultoria destacou os impactos duradouros da pandemia de covid-19 em ações do mercado brasileiro, especialmente entre varejistas e empresas de serviços, que ainda não se recuperaram completamente após os desafios de 2020.
O receio de uma nova pandemia, desencadeado pela descoberta de um novo coronavírus na China, trouxe incertezas ao mercado financeiro. Contudo, é importante ressaltar que diversas ações ainda apresentam resultados abaixo dos níveis anteriores à pandemia.
A pesquisa indica que, mesmo após cinco anos do início da crise, ações de empresas como Magazine Luiza (MGLU3), Azul (AZUL4) e Cogna (COGN3) continuam sendo negociadas a valores inferiores aos da época pré-pandêmica.
Dentre as conclusões, observa-se que os setores de varejo e serviços mostraram as maiores reduções, devido ao cenário econômico adverso, à alta das taxas de juros e à mudança de comportamento dos consumidores. Empresas de turismo e educação enfrentaram desafios significativos, afetadas pela diminuição do poder aquisitivo das famílias, restrições às viagens e a transição para o ensino digital.
Aqui estão as ações que mais sofreram perdas desde fevereiro de 2020:
– Magazine Luiza (MGLU3): -94,79%
– IRB (IRBR3): -93,89%
– Azul (AZUL4): -93,48%
– CVC (CVCB3): -93,41%
– GPA (PCAR3): -90,21%
– Cogna (COGN3): -84,62%
– Hapvida (HAPV3): -78,78%
– Yduqs (YDUQ3): -77,72%
– Lojas Renner (LREN3): -70,78%
– Natura (NTCO3): -70,04%
Por outro lado, o último quinquênio trouxe bons resultados para alguns setores da bolsa. O segmento de petróleo e gás, por exemplo, obteve ganhos significativos, impulsionados pela alta dos preços internacionais do petróleo após a saída da pandemia e as tensões geopolíticas. Com isso, a Petrobras (PETR4) destacou-se, apresentando um crescimento superior a 300% e dividendos robustos, consolidando-se como a principal ganhadora da B3 entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2025.
As empresas ligadas à economia real também se beneficiaram desse período, com a retomada das atividades econômicas, aumento da demanda por infraestrutura e expansão do agronegócio. As ações que mais se valorizaram desde fevereiro de 2020 incluem:
– Petrobras (PETR4): 337,60%
– Petrobras (PETR3): 320,75%
– Prio (PRIO3): 293,67%
– Embraer (EMBR3): 201,84%
– Santos Brasil (STBP3): 177,25%
– Cemig (CMIG4): 141,12%
– SLC Agrícola (SLCE3): 140,53%
– Weg (WEGE3): 128,29%
– Marcopolo (POMO4): 124,15%
– Copel (CPLE6): 108,52%
De acordo com Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria, os dados evidenciam a clara superioridade das empresas vinculadas à economia real, abrangendo setores como commodities e energia, em comparação com as companhias de serviços, especialmente aqueles voltados para varejo, turismo e educação. Ele observou que os últimos cinco anos deixaram uma lição importante: setores que oferecem produtos essenciais tendem a demonstrar mais resistência em tempos de crise, enquanto as empresas que dependem do consumo discricionário enfrentam maiores desafios em situações de incerteza.
Além disso, o novo coronavírus, conhecido como HKU5-CoV-2, foi identificado em morcegos na China, conforme estudos realizados por cientistas do Instituto de Virologia de Wuhan e do Laboratório de Guangzhou. Embora o vírus tenha similaridades com o responsável pela covid-19, a capacidade de infecção em humanos ainda é incerta.