O Fundo Verde, sob a liderança de Luis Stuhlberger, um dos principais gestores de investimentos do Brasil, apresenta uma impressionante valorização que ultrapassa os 26.000% desde sua criação em 1997. Em sua carta mensal, Stuhlberger compartilhou detalhes sobre as estratégias que sua equipe está implementando a partir de abril de 2025, em resposta à guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
A tática para superar os retornos do CDI foca principalmente em investimentos na renda fixa brasileira. Stuhlberger indicou um aumento nas posições em títulos de juro real e uma manutenção cuidadosa de alocações em inflação implícita. Essa abordagem revela a continuidade da identificação de oportunidades no mercado local, especialmente em ativos indexados à inflação, como o IPCA+, que oferece proteção ao poder de compra, além de rendimentos em juro real.
A menção a uma alocação em inflação implícita sugere que a equipe do Fundo Verde pode também estar investindo em títulos prefixados, caso prevejam uma inflação futura abaixo da taxa implícita. No entanto, não está claro se o fundo adotará uma estratégia de compra e manutenção desses títulos até o vencimento, buscando assim taxas que podem alcançar 15% ao ano através do Tesouro Direto, ou mesmo mais de 17% em opções de renda fixa isentas de impostos, como CRAs, CRIs e debêntures.
Outro fator relevante para a valorização de ativos de renda fixa é a possibilidade de rentabilidade na marcação a mercado, particularmente se houver uma queda nos juros devido à alta demanda dos investidores ou uma diminuição consistente da taxa Selic, o que poderia impactar positivamente o valor dos títulos.
Stuhlberger também chamou a atenção para oportunidades no Tesouro Direto, que promete retornar até 2% ao mês em 2025, além de opções arrojadas, isentas de impostos e sem a proteção do FGC, oferecendo remunerações acima de 17% ao ano. Em um movimento global, o fundo também voltou a investir em renda fixa indexada à inflação nos EUA, com alternativas acessíveis para investidores brasileiros.
No que diz respeito à renda variável, Stuhlberger se mostrou cauteloso, citando as políticas protecionistas da administração Trump que estão dificultando o cenário econômico. Ele observou que as tarifas aplicadas por Trump aumentaram significativamente, atingindo patamares não vistos desde a Grande Depressão.
O gestor destacou que esses eventos atuais podem ser comparáveis ao Smoot-Hawley Tariff Act de 1930, que, embora tenha sido concebido para proteger a economia americana, acabou por agravar a situação econômica global. Diante dessa incerteza, o Fundo Verde está zerado em exposição à bolsa brasileira e mantém uma estratégia de aposta na queda de ações americanas através de opções.
Adicionalmente, o fundo tem posições que visam a depreciação do yuan, euro e dólar americano, além de uma alocação em Bitcoin (BTC) e uma modesta postura em petróleo e títulos de crédito high yield, tanto locais quanto globais. A capacidade de inovação e adaptação de Luis Stuhlberger e seu fundo é uma demonstração clara de que, mesmo em tempos desafiadores, existem oportunidades dentro do mercado financeiro.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/luiz-barsi-da-faria-lima-como-gestor-do-fundo-verde-dribla-trump-em-2025-com-renda-fixa-112127/