Embraer (EMBR3): Oportunidades no Mercado Chinês à Luz das Recentes Ações do Governo

As ações da Embraer (EMBR3) experimentaram uma valorização significativa na B3 nesta terça-feira (15) após rumores de que a China poderia ter ordens de suspender as transações com a Boeing (BOEI34), como resposta às tarifas comerciais dos Estados Unidos. Porém, durante uma coletiva na quarta-feira (16), Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, não confirmou essa informação, mas destacou o papel importante da Embraer no setor de aviação e elogiou a colaboração entre Brasil e China.

"O Brasil é um país chave na aviação, e atribuímos grande importância à cooperação prática com o Brasil em áreas aeroespaciais e outras", comentou Lin Jian, ressaltando a relevância das parcerias que as companhias aéreas chinesas mantêm com o Brasil, sempre alinhadas aos princípios de mercado.

O porta-voz também mencionou o Brics, grupo que inclui países emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, enfatizando a oposição conjunta às políticas tarifárias norte-americanas. "Todos os membros do Brics se posicionam contra o unilateralismo, o protecionismo e a coação econômica, colaborando para fortalecer o sistema comercial multilateral em torno da OMC e garantir a estabilidade econômica global", acrescentou ele.

Analistas do BTG Pactual projetam que, nos próximos 20 anos, a China poderá representar até 20% das entregas globais de aeronaves, o que constitui uma enorme oportunidade para todos os fabricantes. Existe, portanto, uma expectativa de que a Embraer possa expandir sua participação nesse mercado, especialmente se a suspensão dos negócios entre a China e a Boeing se concretizar. Contudo, o BTG Pactual alerta que essa expansão não acontecerá rapidamente.

Os analistas explicam que aviões não são mercadorias de fácil armazenamento ou substituição, ao contrário de produtos frequentemente negociados, como grãos, que já enfrentam os efeitos da guerra comercial entre EUA e China. A troca de aeronaves envolve custos elevados, indicando que qualquer alteração substancial no cenário do mercado aéreo chinês dependerá de uma suspensão prolongada das aquisições da Boeing.

"Perspectivamos que uma proibição temporária das importações de aeronaves da Boeing não acarretará um impacto significativo nas operações da Embraer. No entanto, se essa suspensão se transformar em um bloqueio duradouro, a remoção de um fornecedor essencial em um mercado de grande magnitude como a China pode abrir novas perspectivas de crescimento para a Embraer", afirmou o BTG Pactual.

Os especialistas da instituição financeira recomendam a aquisição de ações da Embraer, não apenas pela potencial expansão de mercado, mas também devido à atratividade da relação risco-retorno após a desvalorização das ações no início do conflito comercial. A empresa está em uma posição favorável e deve ter uma recuperação gradual em seus desempenhos financeiros ao longo deste ano.

Nesta quarta-feira (16), as ações da Embraer apresentaram uma queda de 1,96%, sendo negociadas a R$ 63,38, revertendo parte dos ganhos registrados no dia anterior. Desde a implementação das tarifas sob a administração de Donald Trump, o valor das ações da Embraer caiu 3,80%.

Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/embraer-embr3-vai-ganhar-mercado-na-china-veja-o-que-diz-o-governo-chines-112309/