Nesta sexta-feira (13), o preço do barril de petróleo Brent experimentou um aumento significativo, chegando a ser negociado a US$ 74,66, com uma alta de até 7,6%. O agravamento das tensões no Oriente Médio, em decorrência dos recentes ataques a instalações do Irã por Israel, provocou reações intensas nos mercados globais de petróleo, destacando novamente as ações de empresas do ramo na B3. Diante de um panorama de risco geopolítico acentuado, os investidores demonstraram otimismo quanto às potenciais consequências favoráveis, a curto prazo, para petroleiras exportadoras como Petrobras, Prio, Brava Energia e PetroReconcavo. O Brent e o WTI registraram elevações significativas nos preços, refletindo diretamente a deterioração da situação entre os dois países. O Goldman Sachs já sinalizou que, caso as interrupções se prolonguem, especialmente no Estreito de Ormuz — crucial para 20% da produção mundial — os valores podem ultrapassar os US$ 100 por barril. O relatório de commodities da Goldman, assinado por Daan Struyven, ressalta que, mesmo que um bloqueio total da região seja improvável, o mercado está ajustando suas expectativas em relação a riscos de interrupções nas exportações. Com um cenário mais moderado de escalada, o preço do Brent poderia alcançar US$ 90 em um futuro próximo. As ações na B3 reagiram rapidamente a essa nova realidade; por volta das 16h, as ações preferenciais da Petrobras estavam em alta de 2,36%, enquanto as ações ordinárias subiram 2,25%. A Brava Energia, Prio e PetroReconcavo também viram avanços consideráveis. Tais movimentações ocorreram mesmo no contexto de um Ibovespa em queda de 0,58%. De acordo com a Genial Investimentos, o aumento das tensões geopolíticas contribui para elevar o prêmio de risco do petróleo, gerando um efeito benéfico imediato para a Petrobras e outras produtora. Contudo, os analistas ressaltam que o cenário de médio prazo permanece dependente da evolução dos conflitos e suas repercussões sobre a infraestrutura de produção. O BTG Pactual enfatiza a importância de se concentrar em empresas que apresentam baixo custo e sólida geração de caixa, sendo menos vulneráveis à volatilidade do mercado. No setor de açúcar e etanol, os impactos da alta do petróleo também foram sentidos, uma vez que os preços do etanol geralmente seguem a tendência dos combustíveis fósseis. Na Bolsa de Nova York, as cotações do açúcar com vencimento em julho subiram, embora a robustez da safra em países como Brasil, Índia e Tailândia limite esse avanço. Apesar da emoção inicial em relação à alta das ações de petróleo, os analistas advertem para a necessidade de vigilância atenta aos desenvolvimentos geopolíticos. O prolongamento da crise ou impactos nas rotas de transporte como o Estreito de Ormuz pode resultar em uma escassez temporária de petróleo, favorecendo as empresas exportadoras. Entretanto, elevações persistentes nos preços do petróleo têm o potencial de pressionar a inflação global e instigar revisões nas políticas de juros, impactando negativamente a economia mundial. Em vista do atual contexto, o Goldman Sachs recomenda estratégias de proteção para os produtores, sugerindo o uso de opções de venda para capitalizar sobre possíveis correções nos preços e vendas de opções de compra para tirar proveito da valorização, diante do elevado prêmio de risco.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/como-a-guerra-entre-ira-e-israel-pode-agitar-as-petroleiras-da-b3-entenda-113548/