Recentemente, a Petrobras (PETR4) fez histórico arremate de blocos para exploração de petróleo e gás na Foz do Amazonas, durante um leilão promovido pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) em 17 de outubro. Neste evento, a estatal assegurou participações em dez dos dezenove blocos que estavam disponíveis, por meio de uma parceria com a ExxonMobil (EXXO34).
Os blocos não adquiridos pela Petrobras foram arrematados por um consórcio composto pela Chevron (CHVX34) e a chinesa CNPC. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou a enorme relevância do interesse de empresas como ExxonMobil e Chevron, evidenciando o potencial significativo da região, especialmente considerando a atuação delas na Margem Equatorial da Guiana.
Localizada entre Amapá e Rio Grande do Norte, a Margem Equatorial é considerada uma nova fronteira para exploração, análoga ao pré-sal. Com uma visão de futuro, a Petrobras planeja investir US$ 3 bilhões na região até 2029, com foco na expansão das suas operações.
Entretanto, a estatal ainda aguarda a aprovação do Ibama para iniciar a perfuração do seu primeiro poço de exploração na Foz do Amazonas. Um importante passo nesse processo será a realização de um simulado de emergência, programado para julho, que contribuirá para a decisão do órgão regulador. O ministro enfatizou a urgência em proporcionar agilidade no processo de licenciamento, destacando que a exploração nessa área terá o potencial de revitalizar as reservas do país e contribuir para a diminuição da pobreza no Norte do Brasil.
Apesar das perspectivas otimistas, ambientalistas expressam preocupações sobre os possíveis efeitos adversos que a exploração pode ter na fauna e flora locais, especialmente na sensível Foz do Amazonas.
Além dos blocos na Foz do Amazonas, a ANP leiloou um total de quinze outros blocos em diversas bacias: 11 na Bacia de Santos, três na Bacia de Pelotas e um na Bacia do Parecis. A Petrobras, além dos blocos da Foz, conquistou também três blocos na Bacia de Pelotas em parceria com a Petrogal Brasil, enquanto os demais foram adquiridos por empresas como Karoon Brasil, Shell (SHEL), Equinor (E1QN34) e Dillianz.
Em declarações à agência de notícias Reuters, a diretora executiva de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, afirmou que a empresa conseguiu garantir todas as áreas almejadas durante o leilão.
O impacto financeiro deste leilão é considerável, com projeções de arrecadar R$ 989 milhões em bônus de assinatura para os cofres do governo federal e investimentos exploratórios estimados em R$ 1,45 bilhão. De acordo com o ministro, esse valor representa um recorde para leilões do tipo e tem o potencial de ajudar o governo a manter suas contas em dia, evitando cortes orçamentários drásticos, mesmo com a intenção de aprovar a proposta de eliminação da isenção para títulos de renda fixa como parte de suas metas fiscais para 2025.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/petrobras-petr4-arremata-novos-blocos-na-foz-do-amazonas-113613/