Recentemente, o Bradesco BBI e a XP Investimentos atualizaram suas recomendações em relação à Azul (AZUL4) após a companhia solicitar recuperação judicial nos Estados Unidos. O Bradesco já havia revisado sua orientação de compra para neutra anteriormente nesta semana, e agora rebaixou a classificação para venda, com o novo preço-alvo reduzido para R$ 0,50, em comparação ao anterior de R$ 1,30.
Conforme análise dos especialistas, a solicitação de recuperação judicial pode trazer repercussões positivas sobre a dívida e a liquidez da companhia, embora com uma evidente diluição dos acionistas. A expectativa de reestruturação já era antecipada devido a dificuldades com o financiamento garantido pelo governo e a fraca posição de caixa da empresa.
“Com o objetivo de eliminar mais de US$ 2 bilhões em débitos, a Azul planeja converter parte dessa dívida em ações – uma ação que, baseada em precedentes do setor, pode ocorrer a preços inferiores ao de mercado, resultando em diluição para os atuais acionistas”, comentaram os analistas.
Por sua vez, a XP Investimentos colocou a recomendação da Azul sob análise. A equipe destacou que o processo de recuperação judicial terá importantes repercussões financeiras, incluindo um financiamento DIP de US$ 1,6 bilhão, dos quais US$ 670 milhões serão destinados ao fortalecimento da liquidez e refinanciamento, além da eliminação de cerca de US$ 2 bilhões em dívida.
A recuperação judicial foi anunciada pela Azul na quarta-feira (28). A empresa explicou que este procedimento permite que as operações continuem normalmente enquanto ajustes financeiros são realizados. Com isso, a companhia agora está inserida em um processo que engloba um financiamento de US$ 1,6 bilhão, a redução de mais de US$ 2 bilhões em dívidas e a entrada de US$ 950 milhões em novos investimentos. Este movimento também recebeu suporte de stakeholders significativos, incluindo credores, a AerCap e companhias aéreas parceiras como United Airlines e American Airlines.
John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras enfrentadas pela companhia às consequências da pandemia de Covid-19 e a instabilidades macroeconômicas. O Ministério dos Portos e Aeroportos declarou que está monitorando de perto o processo de recuperação judicial da Azul.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/bradesco-bbi-e-xp-mudam-recomendacao-para-azul-azul4-veja-o-que-muda-113223/