Recentemente, a Ambipar (AMBP3) anunciou uma significativa proposta de desdobramento de ações na razão de 1 para 10. Esta decisão visa facilitar o acesso dos investidores pessoa física e incrementar a liquidez no mercado de ações. Essa proposta se torna relevante após uma impressionante valorização de 600% das ações da companhia na B3 ao longo do último ano, totalizando uma impressionante alta de 1.700% desde os seus níveis mais baixos em 2024.
A votação sobre o desdobramento ocorrerá durante uma assembleia-geral extraordinária marcada para 4 de agosto de 2025. Se a proposta for aceita, cada ação ordinária se tornará equivalente a dez novas ações do mesmo tipo, sem prejudicar o valor total possuído por cada acionista.
O desdobramento se encaixa em uma estratégia da Ambipar para expandir sua base de investidores e tornar o preço por ação mais acessível. O movimento de valorização das ações da empresa começou em maio de 2024, impulsionado por recompra de ações e aquisições lideradas pelo controlador Tercio Borlenghi Junior. Essa alta foi intensificada pela entrada de fundos geridos pela Trustee, resultando em um fenômeno de short squeeze, no qual investidores que apostavam contra as ações se viram obrigados a recomprá-las.
Entretanto, essa escalada chamou a atenção da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que começou a investigar os padrões atípicos no desempenho das ações. A CVM concluiu que existia uma coordenação entre o controlador da Ambipar, alguns fundos do Banco Master e o empresário Nelson Tanure, o que poderia indicar manipulação de mercado.
Outro aspecto crucial explorado pela investigação da CVM relaciona a rápida valorização das ações da Ambipar à privatização da EMAE (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), adquirida por Tanure em abril de 2024. Segundo a CVM, as ações da Ambipar foram usadas como garantia para financiar a compra da estatal, com Tercio exercendo a função de fiador na transação. Como resultado, a CVM requisitou a realização de uma oferta pública de aquisição (OPA) obrigatória para as ações restantes disponíveis na bolsa.
Se o desdobramento for autorizado, o número de ações em circulação aumentará em dez vezes, ainda que a valorização de mercado da empresa não sofra alterações. A proposta visa, sobretudo, atrair novos investidores ao tornar o preço individual das ações mais amigável, uma prática comum em empresas que experimentam grandes valorizações. O mercado, no entanto, mantém cautela quanto às possíveis repercussões regulatórias e sanções pela CVM, especialmente diante da necessidade de uma OPA.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/formula-1-acelera-de-volta-para-a-globo-em-2026-com-exclusividade-ate-2028-114130/