As ações da Azul (AZUL4) começaram o dia em forte desvalorização, mas, durante a manhã, houve uma ligeira recuperação. Por volta das 11h, o preço das ações da companhia aérea se aproximou de R$ 1, apresentando uma alta de 3,7%. Os American Depositary Receipts (ADRs) da empresa, negociados na bolsa de Nova Iorque, também sofreram queda significativa, chegando a uma desvalorização de quase 40%. No entanto, após essa turbulência inicial, os ADRs passaram a ser negociados a US$ 0,50, o que corresponde a um aumento de 2,3% em relação ao fechamento na terça-feira anterior.
A instabilidade nas ações da Azul é consequência do recente pedido de recuperação judicial feito pela companhia. Nos Estados Unidos, a empresa optou pelo Chapter 11, um procedimento que oferece proteção contra dívidas. Essa decisão já estava sendo discutida no mercado nas últimas semanas, uma vez que a Azul enfrentava a necessidade de reestruturação financeira. As duas principais concorrentes da empresa, Latam e Gol, anteriormente adotaram estratégias semelhantes em momentos distintos.
A recuperação judicial da Azul conta com o endosse de seus principais credores, e envolve um acordo que prevê um financiamento de US$ 1,6 bilhão. Esses recursos serão utilizados para a reestruturação de dívidas e para assegurar liquidez durante o processo, que pode ser finalizado até 2025.
Além disso, a Azul planeja reduzir sua alavancagem financeira, com o objetivo de diminuir sua relação de dívida de 5,1 vezes para 3 vezes. No primeiro trimestre deste ano, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 783,1 milhões, revertendo um prejuízo significativo registrado no ano anterior.
Com a recente queda nas ações, o valor de mercado da Azul caiu abaixo de R$ 1 bilhão, embora ainda seja quase o dobro do valor de mercado da Gol, que é de R$ 542 milhões. Isso coloca a Azul em uma posição similar às small caps da B3, que são empresas com baixa capitalização de mercado.
O pedido de recuperação judicial também afeta um importante acordo no setor aéreo, que tratava da colaboração entre Azul e Gol. Desde janeiro, as duas companhias estavam discutindo a possibilidade de integrar serviços. Enquanto a Gol está finalizando sua própria reestruturação, a Azul agora entra em um processo que durou mais de um ano para sua concorrente, fazendo com que o entendimento entre as duas empresas fosse deixado em segundo plano.
Além disso, o plano de reestruturação da Azul inclui a redução de sua frota em até 35%, o que implicará uma diminuição nas operações da companhia. Essa medida se concentrará, principalmente, em aeronaves de grande porte, que se tornaram um obstáculo para a eficiência operacional da aérea.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/azul-azul4-recu-peracao-judicial-faz-acoes-cairem-mais-de-7-e-adrs-recuarem-40-113192/