Recentemente, os acionistas da Azzas 2154, Alexandre Birman e Roberto Jatahy, decidiram estabelecer uma "pausa temporária" nas suas divergências. Essa decisão trouxe um alívio ao mercado, refletindo-se na valorização das ações da companhia, que subiram significativamente na última segunda-feira (12).
Ao final do dia, as ações da AZZA3 apresentaram um avanço de 2,67%, alcançando R$ 39,21, em meio à recuperação do Ibovespa. Desde o início de 2025, os papéis já acumulam um crescimento superior a 32%, recuperando parte das perdas enfrentadas após a fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma.
A recente trégua entre os acionistas, conforme relatado pelo colunista Lauro Jardim, foi impulsionada pela queda notável na avaliação de mercado da Azzas. As lideranças perceberam que o momento não é propício para mudanças estruturais. Em março, a situação havia se agravado a ponto de advogados terem sido envolvidos para negociar uma possível saída de Jatahy, mas a empresa negou quaisquer planos formais de cisão.
O ambiente interno considerado mais favorável impulsionou a confiança dos investidores, com o BTG Pactual elevando a recomendação de compra para AZZA3 e ajustando o preço-alvo das ações de R$ 49 para R$ 51. Os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Pedro Lima e Luis Mollo avaliaram que, mesmo após a recente valorização, as ações da Azzas ainda representam uma oportunidade de investimento atrativa para o médio e longo prazo.
Após a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2025, que superou as expectativas, o BTG também revisou suas estimativas de resultados. O lucro líquido ajustado alcançou R$ 177,7 milhões, um aumento de 15% em relação ao ano anterior, enquanto o Ebitda ajustado foi de R$ 427,7 milhões, um crescimento de 23,3% no mesmo comparativo.
O BTG destacou a abordagem da Azzas em manter uma disciplina rigorosa de custos, proteger as margens e otimizar o capital, considerando os resultados do primeiro trimestre como "encorajadores". Com isso, as novas previsões indicam um lucro líquido de R$ 811 milhões em 2025, representando um crescimento de 6,3% em relação a 2024, e um Ebitda ajustado de R$ 2,146 bilhões. Para 2026, o lucro líquido projetado é de R$ 1,032 bilhão, com um aumento de 7% sobre 2025, e um Ebitda ajustado de R$ 2,5 bilhões.
Embora a estabilização das relações societárias e a integração operacional positiva augurem um bom cenário, o BTG Pactual alerta que a governança da companhia continuará a ser um fator crucial que poderá influenciar o desempenho das ações no curto prazo. O setor de varejo premium, no qual a Azzas está inserida, ainda demonstra resiliência em meio a um contexto macroeconômico desafiador, sustentado por uma clientela de maior poder aquisitivo, menos suscetível a juros elevados.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/azzas-2154-azza3-dispara-com-nova-tregua-societaria-e-cartada-do-btg-pactual-112816/