O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou um lucro líquido ajustado de R$ 9,58 bilhões no quarto trimestre de 2024, demonstrando um crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano anterior e superando as previsões do mercado, que apontavam para aproximadamente R$ 9,4 bilhões, mesmo em um cenário desafiador para o agronegócio.
Como resultado desse desempenho, a instituição financeira informou que distribuirá R$ 2,7 bilhões em proventos complementares, divididos em R$ 1,9 bilhão referente a Juros sobre Capital Próprio (JCP) e R$ 776 milhões em dividendos.
O sucesso do Banco do Brasil em exceder as expectativas do mercado é atribuído à manutenção da sua carteira de crédito e ao crescimento nas receitas de prestação de serviços. Em dezembro de 2024, a carteira de crédito alcançou R$ 1,3 trilhão, registrando um aumento expressivo de 15,3% em relação ao mesmo mês de 2023.
Entretanto, o índice de inadimplência acima de 90 dias cresceu de 2,9% para 3,3%, refletindo as dificuldades enfrentadas pelo setor agro. A receita de prestação de serviços aumentou 5,1% em comparação ao ano anterior, alcançando R$ 9,2 bilhões, impulsionada principalmente pela gestão de fundos, consórcios, seguros, previdência e capitalização.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) sofreu uma queda de 22,5%, atingindo 20,8%, enquanto a margem financeira bruta teve um incremento de 4%, totalizando R$ 26,8 bilhões.
No acumulado do ano de 2024, o lucro líquido ajustado do Banco do Brasil atingiu R$ 37,9 bilhões, o que representa um aumento de 6,6% em comparação a 2023. Este resultado está próximo do limite inferior das projeções do banco, que estimavam um lucro ajustado entre R$ 37 bilhões e R$ 40 bilhões.
De acordo com a administração do Banco do Brasil, o crescimento anual foi fundamentado, em grande parte, no aumento da margem financeira bruta (+11,2%), das receitas de prestação de serviços (+4,9%) e no controle das despesas administrativas, que cresceram apenas 4,4%, permanecendo abaixo da inflação. Contudo, o ano também foi marcado pela ampliação das provisões destinadas a cobrir créditos de liquidação duvidosa, que aumentaram 16,9%, totalizando R$ 35,7 bilhões, em razão do crescimento da inadimplência no setor agro.
Para 2025, o Banco do Brasil projeta um lucro entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões. No entanto, estima-se uma desaceleração no crescimento da carteira de crédito, com uma expectativa de alta entre 5,5% e 9,5% após o considerável aumento de 11,7% registrado em 2024. Outras projeções para 2025 incluem uma margem financeira bruta entre R$ 111 bilhões e R$ 115 bilhões, receitas de prestação de serviços entre R$ 34,5 bilhões e R$ 36,5 bilhões, e despesas administrativas variando de R$ 38,5 bilhões a R$ 40 bilhões.