Recentemente, o Banco Master formalizou uma solicitação ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC) a fim de buscar um possível suporte financeiro. Essa ação é um passo preliminar que antecede quaisquer medidas que o fundo possa adotar em situações de liquidação de títulos privados, conforme informações do jornal Valor Econômico.
O ofício enviado aponta para diferentes alternativas que poderiam ser exploradas para enfrentar a questão da liquidez enfrentada pela instituição, que teve parte de seus ativos adquiridos pelo BRB. Um dos enfoques seria a criação de um fundo secundário, responsável pela administração dos ativos e passivos do Banco Master, sem envolvimento nas operações de fusão e aquisição.
Esse fundo poderia, ainda segundo a reportagem, receber um empréstimo para lidar com os títulos pendentes do banco. Os recursos obtidos possibilitariam a quitação de todas as obrigações da instituição, além de permitir, eventualmente, a antecipação de parte dos Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que estão ativos no mercado de renda fixa.
O Valor Econômico ressalta que essa proposta foi bem recebida pelas partes ligadas à transação, já que o FGC não teria que assumir diretamente as responsabilidades com os CDBs do Master, contribuindo assim para evitar uma intervenção do Banco Central, que poderia trazer instabilidade ao sistema bancário nacional.
Além disso, discute-se a opção do BTG Pactual assumir a gestão do novo fundo, sendo responsável pela administração dos ativos até seu vencimento. Essa não seria uma prática desconhecida para essa instituição financeira, que já atua com produtos como precatórios e direitos creditórios judiciais.
Com essa iniciativa, o FGC agora se encontrará na posição de avaliar essa solução como uma alternativa viável tanto para o Banco Master quanto para o sistema financeiro em sua totalidade. Vale mencionar que a reportagem tentou contato com o Banco Master e o FGC, mas não houve respostas até a conclusão do texto.
Os CDBs emitidos pelo Banco Master representam quase 50% do total de liquidez do FGC, segundo o balanço mais recente do órgão. Atualmente, o fundo dispõe de R$ 107,8 bilhões, enquanto os depósitos do Banco Master alcançam R$ 45,6 bilhões, desconsiderando instituições afiliadas, como o Will Bank.
Em meio a esse contexto, grandes bancos do Brasil estão demandando a implementação de novas normas para o setor de títulos privados no país. O Investidor 10 reportou anteriormente que essas instituições solicitam ao FGC um aumento na contribuição adicional para bancos que tenham captações acima de 50% garantidas pelo fundo, elevando os atuais 75%.
Há também um pedido para que a alíquota adicional seja modificada de 0,01% para 0,10% sobre o total dos depósitos, além da introdução de critérios de avaliação de risco para cada instituição financeira, semelhante ao que é aplicado em empresas listadas na bolsa de valores.
Embora não haja um cronograma definido para a análise dessas regras, os bancos acreditam que tais medidas poderiam servir de suporte em situações como a do Banco Master. Nos últimos meses, a instituição emitiu diversos títulos privados oferecendo rendimentos significativamente superiores à média de mercado, considerando que uma possível crise financeira seria coberta pelo FGC.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/banco-master-envia-carta-ao-fgc-para-eventual-auxilio-financeiro-diz-jornal-112339/