A BlackRock, a principal gestora de ativos global, reduziu sua participação na Itaúsa, empresa brasileira de investimentos. Essa decisão ocorre aproximadamente dez dias após a gestora ter aumentado suas apostas na holding.
Documentos apresentados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) indicam que a BlackRock vendeu quase 4,4 milhões de ações preferenciais da Itaúsa. Em decorrência dessa venda, sua participação foi ajustada para 4,945% do total de ações preferenciais da companhia, totalizando cerca de 356,8 milhões de ações, conforme dados do dia 11 de abril.
Essa movimentação parece uma reversão de um aumento de participação, que alcançou 5,075% em 1º de abril, quando a BlackRock vinha adquirindo ações da empresa. Na comunicação enviada à Itaúsa na terça-feira (15), a BlackRock esclareceu que a intenção de sua participação é exclusivamente de investimento, sem intenção de alterar o controle ou a estrutura administrativa da empresa. A gestora também afirmou não ter estabelecido acordos ou contratos que influenciem o exercício do direito de voto ou a negociação de valores mobiliários da Itaúsa.
Estratégia em Transformação
Neste ano, a BlackRock decidiu diversificar seus investimentos, priorizando ativos privados, como imóveis, infraestrutura e crédito corporativo. Essa nova abordagem foi mencionada em sua carta anual aos investidores, divulgada no final de março.
No documento, o CEO da BlackRock, Larry Fink, observou que a combinação clássica de 60% em ações e 40% em renda fixa pode não proporcionar mais a diversificação desejada. Ele propôs uma nova alocação de 50% em ações, 30% em renda fixa e 20% em ativos privados, destacando que, apesar do aumento de risco associado a ativos privados, esses investimentos podem trazer benefícios significativos, como proteção contra a inflação e melhores retornos.
Investimentos em Infraestrutura
Por sua vez, Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa, comentou recentemente sobre o potencial do setor de infraestrutura em uma entrevista ao "Valor Econômico". Ele indicou que as altas taxas de juros no Brasil têm criado obstáculos para a indústria, dificultando a obtenção de retornos que superem o custo de capital, ao passo que investimentos em infraestrutura tendem a proporcionar receitas mais estáveis.
Considerando essa perspectiva, a Itaúsa tem aumentado seus aportes em infraestrutura ao longo dos anos, embora o último investimento relevante da holding, na CCR, tenha ocorrido em 2022. A empresa também explorou oportunidades no agronegócio e na área da saúde, mas, segundo Setubal, não conseguiram encontrar investimentos que se adequassem adequadamente ao seu portfólio.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/blackrock-reduz-participacao-na-itausa-itsa4-para-menos-de-5-112326/