CDB do Banco Master: Vale a Pena Manter ou Vender Agora?

Nos últimos tempos, a transação envolvendo a venda de parte do Banco Master para o BRB tornou-se um tema amplamente discutido. Essa movimentação não se limita apenas ao impacto da fusão e aquisição, pois o Banco Master detém uma considerável quantidade de títulos de dívida que estão em circulação no mercado financeiro.

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos pelo Banco Master se destacaram por suas taxas atrativas, superando em muito as ofertas dos concorrentes. Alguns destes CDBs ofereciam rendimentos de até 140% do CDI, em um cenário onde a taxa básica de juros já se posicionava acima de 10% ao ano.

Com a recente venda, muitos investidores estão inseguros sobre o futuro desses CDBs. O BRB já sinalizou que, provavelmente, a remuneração dos CDBs do Banco Master se aproximará das taxas médias do mercado, que em geral ficam em torno de 100% do CDI. Isso levanta a questão para os investidores que já possuem esses ativos: é mais vantajoso manter os CDBs ou vendê-los?

É importante destacar que os CDBs têm a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre até R$ 250 mil em caso de insolvência do banco emissor. Assim, especialistas recomendam que investidores que possuam valores dentro desse limite relaxem quanto à segurança de seu investimento, uma vez que o FGC poderá cobrir eventuais perdas, caso o Banco Master ou seu comprador falhem em honrar as dívidas.

Entretanto, investidores com exposição superior a R$ 250 mil nos produtos do Banco Master devem estar cientes de que isso traz um risco adicional. Na eventualidade de uma liquidação do banco, o investidor se torna um credor e entra numa fila para reembolso, a qual pode não ter um prazo definido para regularização.

"O risco de crédito do Banco Master já era uma preocupação latente, refletido nas taxas mais elevadas oferecidas anteriormente. Portanto, investidores que estão além do limite de proteção do FGC já assumiram uma maior vulnerabilidade", comentou Paula Bento, especialista em planejamento financeiro.

Vender esses ativos, por outro lado, apresenta desafios, uma vez que o Banco Master não garante liquidez diária. Isso significa que quem deseja vender um CDB precisa recorrer ao mercado secundário, onde pode ser necessário ceder parte do valor de venda para concluir a transação.

Existem bancos e corretoras que disponibilizam serviços para negociações no mercado secundário, mas é fundamental que o vendedor considere o valor de mercado e o prazo de vencimento do título antes de tomar uma decisão. "Se o CDB estiver dentro do limite do FGC, existe proteção. O investidor deve ponderar se um resgate imediato causaria prejuízos financeiros. Em algumas situações, aceitar uma perda pode ser mais inteligente do que arriscar uma perda total em um cenário extremo. Recomendo consultar a instituição onde o investimento foi feito para obter orientações adicionais", conclui Bento.

Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/cdb-do-banco-master-esta-em-risco-veja-se-e-melhor-vender-ou-manter-na-carteira-112229/