Recentemente, o Brasil enfrentou uma das maiores tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com uma taxa de 20%, enquanto as Filipinas foram menos afetadas. Essa decisão pode provocar desdobramentos significativos no mercado financeiro brasileiro, especialmente para ações e, em menor escala, para os Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs).
Embora os FIIs não sejam diretamente penalizados por essas tarifas, o cenário econômico mais amplo certamente será afetado. Aspectos como o câmbio, as taxas de juros e o consumo da população estão em jogo, exigindo um olhar atento dos investidores. A expectativa é de uma desvalorização do real devido à diminuição do fluxo de capital estrangeiro, uma tendência que costuma impactar de maneira negativa os mercados emergentes. Jeff Patzlaff, especialista financeiro, menciona que isso pode levar a um aumento na inflação, forçando o Banco Central a manter as taxas de juros elevadas por um período prolongado, o que, por sua vez, torna os FIIs menos atrativos em comparação com investimentos de renda fixa.
Patzlaff ainda ressalta que a volatilidade do mercado tende a reduzir o apetite dos investidores por ativos de maior risco, impactando negativamente os preços das cotas de FIIs, especialmente aqueles mais suscetíveis a mudanças no ambiente econômico. Os Fundos de Investimentos Imobiliários mais vulneráveis incluem aqueles voltados para setores como logística, indústria, e agronegócio, que dependem do comércio exterior, uma vez que a queda nas exportações pode afetar a demanda por propriedades voltadas à distribuição e armazenagem.
Adicionalmente, FIIs ligados ao agronegócio, como os do tipo Fiagro e que possuem ativações em propriedades rurais produtoras de café, suco de laranja e carne, podem sentir os efeitos das tarifas, principalmente devido ao aumento nos custos e à retração do mercado. Também estão sob risco os FIIs de lajes corporativas que têm relacionamento com empresas exportadoras.
Por sua vez, Sylvio Martins, da Arton Advisors, compartilha uma visão otimista, acreditando que, apesar dos desafios, as tarifas não devem impactar drasticamente os resultados dos FIIs. Contudo, Martins alude à possibilidade de volatilidade em períodos de pressão no mercado que poderia resultar em preocupações relacionadas à liquidez.
Em um momento como este, é crucial que os investidores considerem estratégias que reduzam riscos. É um bom momento para aproveitar oportunidades de aquisição a preços mais baixos, especialmente em fundos com sólida reputação que estejam sendo negociados por valores inferiores aos seus ativos líquidos. Além disso, ajustes na exposição ao risco cambial e à taxa de juros são medidas recomendadas para se proteger de possíveis aumentos nas taxas.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/as-tarifas-de-trump-para-o-brasil-vao-afetar-os-fiis-114244/