Recentemente, o governo brasileiro conseguiu captar R$ 31,3 bilhões em um leilão de títulos públicos, onde a predominância foi do Tesouro Selic. No entanto, a análise do especialista Rafael Passos, da Ajax Asset, revela que houve um grande interesse dos investidores por duas categorias de títulos de renda fixa, mesmo com as taxas de juros apresentando uma queda significativa em relação aos picos registrados anteriormente.
A oferta de Tesouro IPCA+ foi ampliada de 4 milhões para 1,1 milhão de títulos, alcançando o maior nível desde fevereiro de 2023. Os novos papéis foram predominantemente emitidos com vencimentos em 2035 e 2060. Isso sugere que as instituições financeiras estão direcionando seus recursos para títulos de longo prazo que estão atrelados à inflação, aproveitando os juros compostos que, embora estejam reduzidos, ainda são competitivos em relação à média histórica de 5% ao ano.
Outra razão que impulsionou o apetite por esses títulos de longo prazo foi a melhora na percepção do risco soberano nas duas últimas semanas, além das taxas de retorno atrativas desses ativos e a necessidade dos investidores institucionais de se alinhar ao índice de referência do Tesouro IPCA+, o IMA-B.
No leilão recente, o governo conseguiu vender todos os títulos indexados à inflação de longo prazo, com investidores aceitando taxas de rendimento que estão entre as mais baixas do ano. Por exemplo, atualmente, o Tesouro IPCA+ 2050 está oferecendo uma taxa de IPCA+ de 6,97% ao ano, comparável ao mínimo de 6,92% registrado em meados de maio, e bem inferior ao pico de 7,47% de fevereiro.
Na tarde do dia 21 de maio de 2025, as seguintes opções de títulos públicos estavam disponíveis no Tesouro Direto:
**Títulos pré-fixados**
– Tesouro Prefixado 2028: Aporte mínimo de R$ 7,17 (Rentabilidade: 13,59% ao ano)
– Tesouro Prefixado 2032: Aporte mínimo de R$ 4,21 (Rentabilidade: 14,03% ao ano)
– Tesouro Prefixado 2035 (com juros semestrais): Aporte mínimo de R$ 8,33 (Rentabilidade: 14,17% ao ano)
**Títulos pós-fixados**
– Tesouro Selic 2028: Aporte mínimo de R$ 165,71 (Rentabilidade: Selic + 0,0601% ao ano)
– Tesouro Selic 2031: Aporte mínimo de R$ 164,92 (Rentabilidade: Selic + 0,1119% ao ano)
**Títulos indexados à Inflação**
– Tesouro IPCA+ 2029: Aporte mínimo de R$ 34,05 (Rentabilidade: IPCA + 7,37% ao ano)
– Tesouro IPCA+ 2040: Aporte mínimo de R$ 16,08 (Rentabilidade: IPCA + 7,04% ao ano)
– Tesouro IPCA+ 2050: Aporte mínimo de R$ 8,32 (Rentabilidade: IPCA + 6,97% ao ano)
– Tesouro IPCA+ 2035 (com juros semestrais): Aporte mínimo de R$ 41,45 (Rentabilidade: IPCA + 7,24% ao ano)
– Tesouro IPCA+ 2045 (com juros semestrais): Aporte mínimo de R$ 39,93 (Rentabilidade: IPCA + 7,16% ao ano)
– Tesouro IPCA+ 2060 (com juros semestrais): Aporte mínimo de R$ 39,69 (Rentabilidade: IPCA + 7,11% ao ano)
**Títulos para Aposentadoria**
– Tesouro Renda+ 2030: Aporte mínimo de R$ 17,93 (Rentabilidade: IPCA + 7,12% ao ano)
– Tesouro Renda+ 2035: Aporte mínimo de R$ 12,88 (Rentabilidade: IPCA + 7,05% ao ano)
– Tesouro Renda+ 2040: Aporte mínimo de R$ 9,22 (Rentabilidade: IPCA + 7,03% ao ano)
– Tesouro Renda+ 2045: Aporte mínimo de R$ 6,59 (Rentabilidade: IPCA + 7,02% ao ano)
**Títulos para Custear Estudos**
– Tesouro Educa+ 2026: Aporte mínimo de R$ 36,06 (Rentabilidade: IPCA + 7,65% ao ano)
– Tesouro Educa+ 2027: Aporte mínimo de R$ 33,74 (Rentabilidade: IPCA + 7,47% ao ano)
– Tesouro Educa+ 2028: Aporte mínimo de R$ 31,53 (Rentabilidade: IPCA + 7,38% ao ano)
– Tesouro Educa+ 2029: Aporte mínimo de R$ 29,47 (Rentabilidade: IPCA + 7,32% ao ano)
Esse cenário revela que, mesmo em um momento de taxas menores, o Tesouro Direto continua a ser uma opção atrativa para investidores que buscam diversificação e segurança em suas aplicações.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/tesouro-direto-esta-pagando-bem-menos-em-tesouro-ipca-mas-investidores-aceitam-113046/