O Futuro dos Dividendos da Auren (AURE3): O que Esperar?

A percepção dos analistas em relação à Auren Energia (AURE3) é clara: não há previsão de retorno ao status de boa pagadora de dividendos no curto prazo.

Apesar de seu histórico como uma das preferidas do mercado em dividendos, a empresa enfrentou desafios significativos nos últimos trimestres. Avaliações recentes sugerem que os acionistas ainda terão que aguardar alguns anos até que os dividendos se recuperem a patamares mais atrativos. A principal razão para essa situação é a estratégia de expansão adotada pela Auren, que inclui a aquisição de ativos da AES Brasil, uma movimentação que demandou cerca de R$ 7 bilhões, resultando em um aumento substancial da alavancagem da companhia. Isso limita a capacidade de distribuição de lucros mais generosos.

Até 2024, os dividendos pagos foram de R$ 0,40 por ação, resultando em um dividend yield (DY) de apenas 4,6%. Nos primeiros meses de 2023, a distribuição foi de aproximadamente R$ 0,057 por ação, com um alarmante DY de 0,6%. O relatório da Genial Investimentos reforça que essa situação não deve mudar em breve. As estimativas sugerem que a Auren continuará a distribuir apenas o mínimo legal, que corresponde a 25% do lucro, até o final de 2027. A Genial observa que é razoável esperar por essa condição até 2027.

Apesar DA entrega insatisfatória de dividendos, a corretora acredita que a Auren está adotando o caminho correto para estabilizar suas finanças, focando na eficiência operacional e na gestão do endividamento. Ao final de 2024, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda estava em 5,7 vezes, mas já apresentou uma leve redução para 5,0x. O objetivo é alcançar entre 3,0x e 3,5x até 2027, aumentando assim a capacidade de distribuição de dividendos significativos.

As medidas estratégicas para atingir essa meta incluem:
– Sinergias acima do esperado a partir da integração dos ativos da AES Brasil;
– Reestruturação de dívidas em condições mais favoráveis, como a renegociação referente ao projeto Guaimbê;
– Lançamento de novos projetos, como o Cajuína 3, que promete apoiar a recuperação operacional;
– Aumento na oferta de energia, que pode impulsionar preços nos próximos anos.

Recentemente, a Auren realizou um "Dia do Investidor" que reforçou a confiança dos analistas em seu futuro, mesmo diante de desafios. O evento foi descrito pela Genial como "conciso e técnico", destacando a confiança da administração nas perspectivas do setor energético e nos processos de desalavancagem. Contudo, a recomendação da Genial para as ações da Auren é neutra, com um preço-alvo estimado em R$ 9,00, sugerindo uma leve tendência de queda em relação ao preço atual.

Similares são as observações do Banco Safra, que também classifica a AURE3 com uma postura neutra devido aos desafios imediatos de caixa causados pela alavancagem e restrições de geração de energia, conhecidas como curtailment. Eles afirmam estar atentos ao impacto dessa situação na geração de fluxo de caixa e na desalavancagem, sustentando uma recomendação neutra para a Auren, com retorno real implícito de 10,3%.

Embora o cenário atual não favoreça a distribuição robusta de dividendos, os analistas reconhecem que a companhia está trilhando um caminho de disciplina financeira e uma estratégia focada no longo prazo. Se a desalavancagem ocorrer conforme o projetado, os acionistas poderão, no futuro, retornar a receber proventos mais significativos.

Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/analistas-revelam-quando-a-auren-aure3-deve-voltar-a-pagar-dividendos-confira-114210/