Perspectivas dos Dividendos da Petrobras: Impactos da Queda do Preço do Petróleo

Em 2024, a Petrobras distribuiu R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários.

Recentemente, as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) mostraram uma tendência de queda, com variações de 0,40% e 0,20% nesta quinta-feira (24). Analistas atribuem essa movimentação ao receio de novas quedas nos preços do petróleo, o que poderia impactar negativamente os dividendos extraordinários da companhia.

Um gestor, que preferiu permanecer anônimo, explicou ao 'Valor Econômico' que ‘a fórmula dos dividendos da Petrobras é baseada no Ebitda menos o capex (investimentos)’. O valor do capex tende a ser fixo, enquanto uma queda no preço do petróleo poderia reduzir significativamente o Ebitda, resultando em uma expectativa de diminuição nos dividendos. Outro profissional de uma gestora também mencionou que, com a metodologia vigente, a Petrobras poderia enfrentar desafios para manter os dividendos extraordinários, sugerindo que o mercado já precifica essa possibilidade.

Em termos de projeções, os analistas do Itaú BBA e da UBS BB revisaram suas estimativas para os dividendos da Petrobras. Apesar de não alterarem as projeções, os especialistas da UBS BB indicam que, caso o preço do petróleo se mantenha em US$ 65 por barril, o fluxo de caixa livre anual deverá variar entre 7% e 8%. Essa condição poderá restringir o potencial para dividendos nesse patamar, a menos que haja um aumento na alavancagem para alcançar uma distribuição de cerca de 11% dos dividendos, segundo a política da empresa, que é de 45% do fluxo de caixa livre, excluindo os valores extraordinários.

Os analistas do Itaú também enfatizaram que, caso os preços do petróleo se estabilizem em US$ 55 por barril, o rendimento dos dividendos ordinários da Petrobras para 2025 deverá girar em torno de 12%. Se o petróleo se mantiver nos US$ 65, essa porcentagem poderia aumentar para cerca de 14%.

Em um momento recente, a Petrobras anunciou, em 17 de abril, o pagamento de dividendos adicionais totalizando R$ 9 bilhões, com previsão de serem pagos em duas parcelas. Cada ação deverá receber um valor de R$ 0,70954522, totalizando R$ 0,73539415 bruto a ser distribuído aos acionistas.

Os pagamentos estão programados para ocorrer em 20 de maio e 20 de junho, com valores de R$ 0,36769707 por ação em cada data, sujeitos à correção pela taxa Selic até o respectivo dia do pagamento. Vale lembrar que a data de corte foi estabelecida em 16 de abril de 2025.

Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/petrobras-petr4-dividendo-extraordinario-pode-ser-ameacado-com-queda-do-petroleo-112441/