A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, declarou que a estatal não demonstra grande preocupação com a taxação dos produtos brasileiros imposta pelos Estados Unidos. Em uma recente entrevista à Reuters, Chambriard destacou que a companhia realiza um volume reduzido de exportações para o mercado americano, o que torna este mercado não essencial para os negócios da empresa.
A CEO enfatizou que a Petrobras tem a flexibilidade necessária para redirecionar suas vendas destinadas aos Estados Unidos para outros mercados, especialmente na Ásia e na região da Ásia-Pacífico. "De modo geral, não estamos muito preocupados, podemos realocar", comentou Magda na última quinta-feira (17).
De fato, as exportações representam uma parcela pequena das vendas totais da Petrobras. No primeiro trimestre deste ano, 72,5% das vendas foram realizadas no mercado interno, enquanto apenas 27,5% se destinaram ao exterior. Apesar disso, os Estados Unidos se destacam como um dos principais destinos das exportações da empresa: 37% de todas as exportações de derivados de petróleo e 4% das exportações de petróleo bruto da Petrobras foram para os EUA no mesmo período.
Analistas do setor corroboram a opinião de Magda, apontando que a Petrobras possui a capacidade de desviar facilmente o fluxo de suas exportações para países alternativos. O BTG Pactual, por exemplo, acredita que essa transição pode ser feita sem grandes dificuldades.
Em contraste, outras empresas listadas na B3 estão inquietas com a tarifa de 50% estabelecida pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A Embraer, por exemplo, enfrenta a possibilidade de cancelar encomendas e novos negócios devido a essas tarifas. O CEO da fabricante de aeronaves, Francisco Gomes Neto, comparou o impacto potencial a perdas similares experimentadas durante a pandemia de covid-19, quando a empresa viu uma redução de 30% em sua receita e precisou demitir 20% de seu quadro de funcionários.
Diante desse cenário, a Embraer e empresas como Weg, Suzano e JBS têm solicitado ao governo brasileiro que busque adiar a implementação da taxação, marcada para entrar em vigor no dia 1º de agosto. Em resposta, o Brasil enviou uma comunicação aos Estados Unidos na última terça-feira (15), solicitando a abertura de negociações sobre essa questão.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/petrobras-petr4-nao-esta-muito-preocupada-com-tarifas-diz-ceo-114221/