Petrobras Planeja Perfuração de Oito Poços na Foz do Amazonas

A Petrobras está em busca de autorização do Ibama para iniciar a perfuração de um poço exploratório na Foz do Amazonas, com a ambição de perfurar, ao todo, sete outros poços na mesma região.

Durante uma entrevista ao "Valor Econômico", a presidente da empresa, Magda Chambriard, destacou que a intenção é aproveitar os dados coletados na primeira perfuração para aprimorar o processo nas demais. "Explorar uma região para furar apenas um poço não é uma estratégia viável", explicou. Ela ainda comentou sobre a necessidade de ajustar os equipamentos considerando as particularidades geológicas da área.

Magda também enfatizou que a confirmação da presença de petróleo nem sempre acontece na primeira tentativa, citando a Bacia de Campos, onde foi preciso realizar nove perfurações antes de encontrar reservas. "Estamos programando a perfuração de oito poços na bacia da Foz do Amazonas, iniciando com um e depois avançando para os outros sete, que poderão ser licenciados em conjunto", afirmou.

No momento, a Petrobras aguarda a aprovação do Ibama para prosseguir com a perfuração exploratória do Bloco FZA-M-59, conhecido como Morpho. Após meses de análise, o Ibama avançou no processo, aprovando na última segunda-feira (19) o plano de proteção e atendimento à fauna apresentado pela companhia para a região. No entanto, o órgão regulador quer observar a implementação do plano antes de tomar uma decisão final sobre o licenciamento ambiental.

Em breve, o Ibama e a estatal se reunirão para agendar vistorias e simulações necessárias à Avaliação Pré-Operacional. "Essas simulações visam avaliar a eficácia dos planos de resposta em casos de derramamentos de óleo, contemplando a eficiência dos equipamentos e a comunicação com as autoridades competentes", explicou o Ibama. A avaliação prática deverá ocorrer após a chegada da sonda, prevista para o final de junho.

Magda expressou otimismo em relação à obtenção do licenciamento, reforçando que a Petrobras elaborou um extenso plano de emergência adaptado para águas profundas e ultraprofundas. Ela também abordou preocupações levantadas por ambientalistas, observando que a área de exploração está situada a 540 quilômetros da ilha do Marajó, remarkando que isso é uma distância significativamente maior que a do pré-sal em relação à praia de Copacabana. "Se confiamos na Petrobras para operar no pré-sal, devemos ter a mesma confiança na exploração em Amapá", argumentou. Ademais, ela defendeu a exploração em regiões como a África, ressaltando a importância disso para o futuro da empresa, sendo que a produção de petróleo da Petrobras pode enfrentar declínios a partir de 2033.

Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/petrobras-petr4-quer-perfurar-8-pocos-na-foz-do-amazonas-113089/