Raízen (RAIZ4) Registra Prejuízo de R$ 2,57 Bilhões no Terceiro Trimestre de 2024

A Raízen (RAIZ4), uma das principais produtoras de açúcar e etanol do Brasil, revelou um prejuízo líquido de R$ 2,57 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/2025, que corresponde ao último trimestre do ano anterior, conforme detalhado em seu relatório de resultados divulgado recentemente. Essa marca representa uma queda acentuada se comparada ao lucro de R$ 793 milhões obtido no mesmo período do ciclo anterior.

Os diretores da empresa atribuíram o desempenho negativo a fatores como a diminuição dos resultados operacionais e o aumento das despesas financeiras, além de eventos não recorrentes que impactaram os números. Ao analisar o acumulado dos nove primeiros meses da safra atual, de abril a dezembro do ano passado, a Raízen acumulou um prejuízo líquido de R$ 1,66 bilhão, uma reversão significativa em relação ao lucro de R$ 1,49 bilhão registrado no ano anterior.

Um dos aspectos que mais preocupam os analistas é a dívida líquida da Raízen, que alcançou R$ 38,59 bilhões ao final de 2024. Isso representa uma alavancagem de três vezes entre a dívida líquida e o EBITDA ajustado. Os administradores da empresa explicaram que o aumento da dívida líquida está associado à sazonalidade desse período de safra, que demanda mais capital de giro, reduzindo a geração de caixa operacional e implicando em maiores investimentos. Além disso, o alongamento do perfil da dívida é uma estratégia para equilibrar as amortizações e otimizar os custos.

O EBITDA ajustado, que considera o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, foi de R$ 3,12 bilhões no último trimestre, representando uma redução de 20,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. As queimadas ocorridas nos canaviais, que afetaram mais de 6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, também contribuíram para essa queda, prejudicando a qualidade da cana e alterando a proporção entre a produção de açúcar e etanol.

Além disso, a qualidade da matéria-prima impactou a produção de açúcar, embora tenha sido mitigada por um aumento correspondente na produção de etanol. No trimestre, a empresa avançou na venda de direitos sobre 900 mil toneladas de cana-de-açúcar, arrecadando R$ 384 milhões, e também alienou projetos de usinas de geração distribuída solar, resultando em um retorno bruto de R$ 475 milhões.

No final de 2024, a Raízen ajustou sua atuação internacional ao reduzir sua participação na operação de Mobilidade no Paraguai de 50% para 27,4%, o que evitará um desembolso de até US$ 54 milhões até novembro de 2026.

FONTE: https://investidor10.com.br/noticias/raizen-raiz4-colhe-prejuizo-de-r-2-57-bilhoes-no-fim-de-2024-111074/