Recentemente, a companhia aérea brasileira Azul (AZUL4) enfrentou um alerta significativo em relação aos títulos de renda fixa que emitiu. A agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) decidiu rebaixar a nota de crédito da empresa de 'CCC+' para 'CCC-', sinalizando um aumento no risco de calote.
A organização S&P expressa preocupação com a contínua queima de caixa da Azul, evidenciada pelos resultados do primeiro trimestre de 2025. Isso se dá em meio a custos elevados de financiamento e várias dificuldades na obtenção de novos empréstimos, especialmente após duas reestruturações de dívida.
O relatório da S&P menciona: "Nossas notas para as emissões seniores sem garantia da AZUL4, com vencimento em 2026, foram rebaixadas de 'CCC-' para 'CC'. A classificação de recuperação foi mantida em '6'." Essa mudança é crucial porque os títulos seniores são considerados mais seguros, já que possuem prioridade sobre outras dívida em casos de falência. Contudo, como os títulos da Azul não têm garantia, os investidores estão expostos a riscos maiores, podendo não recuperar o total do capital investido se ocorrer uma liquidação da companhia.
A S&P também aponta que a perspectiva negativa em relação à nota de crédito da Azul indica uma probabilidade crescente de inadimplência nos próximos seis a 12 meses. Atualmente, a empresa possui aproximadamente R$ 655 milhões em caixa e investimentos líquidos, além de ter conseguido captar R$ 600 milhões em financiamento adicional de forma temporária, com vencimento em 120 dias.
Embora a empresa enfrente vencimentos de dívida que somam cerca de R$ 730 milhões nos próximos 12 meses, suas necessidades de capital são consideravelmente maiores, estimadas entre R$ 7,4 bilhões e R$ 7,8 bilhões nesse mesmo período. Além disso, os dados mostram que um investimento de R$ 1 mil em AZUL4 há dois anos resultaria em apenas R$ 78,10 atualmente, enquanto o índice Ibovespa teria gerado um retorno de R$ 1.265,50 no mesmo período, evidenciando o desempenho inferior das ações da Azul em comparação ao mercado geral.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/s-p-puxa-a-orelha-da-azul-azul4-por-risco-elevado-de-calote-113024/