As ações da Weg (WEGE3) sofreram uma forte desvalorização na bolsa nesta quarta-feira (26), após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024, que não corresponderam às expectativas do mercado. A companhia teve uma queda acentuada de 8,68%, fechando o dia a R$ 47,85. Este é o menor valor registrado desde julho de 2024, e pela primeira vez desde o início de agosto, as ações encerraram abaixo dos R$ 50.
Analistas atribuíram essa queda a resultados mistos apresentados pela empresa. Embora a receita operacional líquida tenha surpreendido positivamente, a lucratividade não acompanhou a boa performance das vendas.
Para o quarto trimestre de 2024, a Weg reportou uma receita operacional líquida de R$ 10,8 bilhões, representando um crescimento de 26,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado principalmente por suas operações internacionais. Por outro lado, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) registrou um salto de 30,5% na comparação anual, totalizando R$ 2,3 bilhões. No entanto, a margem Ebitda sofreu uma pressão negativa devido ao aumento nos custos, caindo de 22,6% para 22,1% em relação ao trimestre anterior, um resultado que ficou abaixo das expectativas dos analistas.
Consequentemente, o lucro líquido da empresa apresentou uma diminuição de 2,9% em relação ao quarto trimestre de 2023, totalizando R$ 1,6 bilhão. A Weg justificou essa queda, afirmando que o crescimento excelente do resultado operacional não se refletiu na linha do lucro líquido devido ao reconhecimento de incentivos fiscais não recorrentes ligados à criação de uma nova controlada na Suíça no 4T23.
A XP Investimentos comentou que, apesar do lucro líquido ter ficado alinhado com as previsões, a margem Ebitda foi o principal ponto negativo. Eles observaram que a empresa já havia enfrentado uma redução nessa margem no trimestre anterior e que a rentabilidade contraiu pelo segundo trimestre consecutivo, o que gerou incertezas sobre os resultados futuros da Weg.
Em apreciação, a XP afirmou que, embora as receitas tenham se mostrado positivas, o desempenho insatisfatório na margem Ebitda gera preocupações sobre possíveis revisões de lucros para 2025.
Por outro lado, a XP destacou que a recente desvalorização das ações pode refletir um cenário excessivamente pessimista, uma vez que o papel já caiu 16% desde o final de janeiro. Por essa razão, a recomendação de compra foi reiterada.
O Itaú BBA também se posicionou de maneira semelhante, mantendo a recomendação de compra e estabelecendo um preço-alvo de R$ 67 para as ações da Weg, apesar da margem Ebitda ter ficado abaixo do esperado. Eles ressaltaram que uma possível liquidação das ações poderia representar uma oportunidade de compra para os investidores.
Outro ponto relevante é que, no dia anterior, a Weg havia aprovado a distribuição de R$ 1,269 bilhão em dividendos complementares, correspondendo a R$ 0,3026 por ação.
Fonte:https://investidor10.com.br/noticias/weg-wege3-balanco-do-4t24-derruba-acoes-para-menor-valor-desde-agosto-111318/